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Em 1755, chegou á região Miguel Antônio
do Monte Medeiros, com uma carta de sesmaria, datada
de 27/02/1755, fundando, no ano seguinte, a fazenda
da Vargem Alegre. Já em agosto de 1756, chega
seu irmão, Sebastião do Monte Medeiros
da Costa Camargo e funda a fazenda do Córrego
das Almas, tendo assumido o comando das ordenações
do Distrito de Ponte Nova. Em 1763, chega João
do Monte Medeiros, recentemente ordenado padre,
instalando a fazenda do Vau-Açu, dotando-a
de uma “casa-sede”, uma senzala, um
depósito e um curral de porcos. Ainda hoje
persiste a construção, conhecida como
sede da Usina Santa Helena. Junto com esses pioneiros,
vieram vários outros sesmeiros, que foram
expandindo o desenvolvimento regional.
A agricultura e o comércio
constituíram por muitos anos as principais
ocupações dos habitantes.
Em 1860 foi introduzido no município
o primeiro engenho de açúcar, com
moenda horizontal de ferro. Em 1886 inaugurou-se
a Usina Anna Florência, que veio a consolidar,
juntamente com outras usinas, uma fase de expressivo
desenvolvimento agro-industrial, baseado na cultura
da cana e sua transformação em açúcar
e álcool. Com o declínio destas
atividades, a partir dos anos 70, permaneceu apenas
a Usina Jatiboca, no município de Urucânia,
emancipado de Ponte Nova.
Com o padre João do Monte,
vieram sua mãe, D. Maria da Costa Camargo,
e sua irmã, Catharina do Monte, que formaram
as fazendas Santa Rita e Mata-Cães, respectivamente.
Com a morte da matriarca dos Monte Medeiros, na
década de 60 daquele século, sua
fazenda passa a seus filhos, por herança.
Em seguida, o padre João solicita ao bispado
de Mariana autorização para construir
uma capela, que foi conferida em 1º de julho
de 1770. Depois de seis meses, a capela é
erguida no local onde hoje se encontra a Matriz
de São Sebastião, antes denominada
capela de São Sebastião e Almas
de Ponte Nova. Com esse fato, nosso então
arraial adquiriu personalidade canônica,
que determinou, jurídica e administrativamente,
a situação do lugar. Um documento
antigo relata: “O padre, não se limitando
em erigir e paramentar o templo, dota-o também
de um cemitério e doa à Igreja uma
porção de terra, desmembrada de
sua fazenda, em 15/12/1770, atitude que permitiu
o surgimento de Ponte Nova, dentro dos padrões
da época, inserida no contexto da província.
Este dia deveria ser, portanto, a data correta
da fundação de Ponte Nova e deveria
ser comemorado como tal, reverenciando a memória
daquele que, com seu desprendimento e idealismo,
a fundou”.
Sobre o fundador de Ponte Nova,
pode-se dizer que era homem austero, de gênio
forte e indômito. Sabe-se que suas respostas
eram cheias de dignidade e de respeito, mas francas,
argüindo personalidade feita e caráter
de boa têmpora. Ele nasceu no dia 08/08/1730,
em São Caetano de Mariana, sendo o quarto
filho do alferes João do Monte Medeiros
e de D. Maria da Costa Camargo. Há notícias
de que o padre João administrava suas terras
com muita fibra e energia e que dava exemplo aos
seus escravos de como deveriam trabalhar, a ponto
de pegar literalmente “na enxada”.
Não se sabe ao certo quando faleceu e nem
onde repousam seus restos mortais, se sob o altar
da capela de Ponte Nova - aquela mesma que ele
construiu ou em um pequeno cemitério de
uma das fazendas da família, provavelmente
a do Córrego das Almas.
OS PRIMÓRDIOS DA CIDADE
Com o declínio irreversível
da produção do ouro, por volta dos
anos 1741 a 1761, muitos mineiros passaram a procurar
outras atividades de subsistência. A mão-de-obra
foi, cada vez mais, sendo absorvida com o extrativismo
do diamante, com a lavoura e com a criação
de gado. Desse modo, foram sendo instaladas fazendas
em número crescente e, já em 1785,
o plantio de cana se tornou comum entre os fazendeiros
da região. Inicialmente fabricava-se o
açúcar mascavo, o açúcar-de-forma
e aguardente, por meio de pequenos engenhos verticais,
muito rudimentares e movidos por rodas d'água.
Remonta a esse período o início
das atividades de plantio de cereais e de pecuária.
É dessa época o início da
construção de um pequeno núcleo
habitacional sendo formado ao redor da capela
"primeva", com moradias de maior porte
e de arquitetura um pouco mais trabalhada. No
novo povoado, dois segmentos distintos possuíam
moradia: os proprietários de terras e os
prestadores de serviços (comerciantes,
alfaiates, carpinteiros etc.). Provavelmente,
uma das primeiras ruas a ser delineada foi a atual
avenida Caetano Marinho. Ainda nesta fase, nota-se
a presença constante de índios -
os botocudos, que eram uma ameaça às
fazendas contra as quais produziam ataques sistemáticos.
Os puris eram mais pacíficos e já
aceitavam se agregar às fazendas, mantendo
diversas aldeias nas proximidades, entre elas
uma no alto do morro do Pau d’Alho, onde
hoje se encontra o Colégio Salesiano Dom
Helvécio.
A partir de 1781, depois que
assumiu o Governo da Província de Minas
Gerais Dom Rodrigo José de Menezes, os
caminhos e estradas para nossa região foram
sendo melhorados e foi construída uma ponte
sobre o Piranga, em substituição
à anterior, uma das primitivas pontes.
A construção da nova ponte, bem
mais ampla, segura e "de bom alvitre",
aumentou em muito o fluxo de viajantes por toda
a área, com o incremento das relações
comerciais em diversos sentidos. Há registro
de que os primeiros povoadores de Ponte Nova "de
que se tem notícia certa", foram os
Monte, os Lanna-Marinho, os Toledo, os Toledo-Pisa,
os Godói e os Romeiro. Depois, no decorrer
dos anos, muitas outras famílias foram
se transferindo para cá, contribuindo com
a definitiva formação do lugar,
mercê de sua intensa participação
no crescimento e progresso da região. Como
visto, fica plausível o caráter
eminentemente agro-pastoril que caracteriza os
fundadores dessas plagas - todas as famílias
que ajudaram a escrever as primeiras páginas
da história da cidade, história
essa que se confunde com a história da
FAZENDA. Vale a pena recordar o nome de fazendas
antológicas como as do Pontal, Xopotó,
do Engenho, da Paciência, Quebra-Canoas,
dos Quartéis (região atual de Amparo
do Serra), entre outras.
As grandes fazendas se estabeleceram
e com elas veio o "grande ciclo da cana,
e do café, em menor proporção",
e demonstraram a vocação agrícola
de Ponte Nova e região. Eram produtos com
cotações que subiam cada vez mais
no mercado de produção. Dos oriundos
da cana, o açúcar era o que liderava
as expectativas, garantindo o comércio
externo e bons preços em Mariana e Ouro
Preto. Isso na segunda década de século
XIX. Ficou dito que o nosso açúcar
chegava a mercados distantes, como, na época,
o de Barbacena. A produção de aguardente,
então, era quase toda consumida na região,
muito apreciada pelos trabalhadores braçais
e o excedente da produção do arraial
era comercializado em Barra Longa, Furquim, Mariana
e Ouro Preto, principalmente, transportado por
tropas de burros.
Atualmente, Ponte Nova busca novos
caminhos de desenvolvimento. A suinocultura, muito
desenvolvida na região e uma das mais tecnificadas
do país, deu origem ao Frigorífico
Industrial Vale do Piranga (Frivap), que está
sendo implantado no município por um grupo
de suinocultores, com apoio do Estado, da Câmara
e da Prefeitura.
O comércio atacadista de
armarinhos é outro segmento importante
para a geração de emprego e renda,
distribuindo produtos em todos o país,
em cerca de 6.500 localidades e com mais de 80
mil clientes cadastrados.
No setor de serviços destaca-se
a saúde, com vultosos investimentos em
modernização tecnológica
pelos hospitais particulares, que mantêm
planos se saúde em ampla rede nacional,
implantação da gestão plena
pelo SUS e do Hemominas regional, além
da existência de Consórcio Intermunicipal
de Saúde com sede em Ponte Nova.
O município sedia também
a Região Administrativa do Vale do Piranga
e a Associação dos Municípios
do Vale do Piranga (AMAPI). |
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